O presidente Donald Trump afirmou nesta segunda-feira que o ataque da Rússia à Ucrânia é “a guerra de Biden” — distanciando-se do conflito enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, desacelera as negociações por um acordo de paz.
“A guerra entre Rússia e Ucrânia é a guerra de Biden, não minha. Acabei de chegar, e durante os quatro anos do meu mandato, não houve problema em evitar que isso acontecesse”, escreveu Trump em sua rede Truth Social.
“O presidente Putin, e todos os outros, respeitavam o seu presidente! EU NÃO TIVE NADA A VER COM ESSA GUERRA, MAS ESTOU TRABALHANDO COM DEDICAÇÃO PARA FAZER COM QUE A MORTE E A DESTRUIÇÃO PAREM.”
Já se passaram quase dois meses desde que o enviado especial presidencial Steve Witkoff, o secretário de Estado Marco Rubio e o conselheiro de segurança nacional Mike Waltz realizaram os primeiros encontros com Moscou em Riade como parte da iniciativa de Trump para encerrar a guerra — promessa frequente durante a campanha de 2024.
Desde então, ocorreram múltiplas reuniões com representantes de Moscou e de Kiev, embora separadamente, e que levaram a Ucrânia a concordar com a proposta de cessar-fogo total feita por Trump.
No entanto, a Rússia continua resistindo. O mais recente episódio foi o ataque que matou 32 civis durante celebrações do Domingo de Ramos em Sumy, na Ucrânia.
Trump, que tem pedido repetidamente para que a Rússia “pare com os assassinatos”, classificou o ataque em Sumy como “uma coisa horrível” ao falar com jornalistas a bordo do Air Force One no domingo.
Na publicação desta segunda-feira, Trump culpou seu antecessor, Joe Biden, e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky por “permitirem que essa tragédia começasse”, alegando que “havia muitas formas de evitar que ela começasse”, embora sem citar exemplos.
“Mas isso é passado”, escreveu Trump. “Agora precisamos fazer com que isso PARE, E RÁPIDO. TÃO TRISTE!”
As declarações mais recentes de Trump sobre a guerra na Ucrânia vieram após ele criticar uma entrevista exibida no programa 60 Minutes no domingo, na qual Zelensky expressou preocupação com a possibilidade de os Estados Unidos deixarem de ser “nosso parceiro estratégico forte”.
“Não duvido de que o povo americano está conosco, mas em uma guerra longa, muitos detalhes são esquecidos. Na Europa, todos temem que os Estados Unidos se distanciem da Europa”, disse Zelensky. “Acredito que, sem os Estados Unidos, sofreremos grandes perdas — humanas e territoriais —, então eu preferiria não considerar essa hipótese.”
“Mas este é o nosso destino, nossa terra, nossa vida — de um jeito ou de outro, vamos terminar esta guerra.”
Trump classificou o episódio, que também trouxe uma reportagem sobre a oposição aos EUA na Groenlândia, como “FAKE News”.
“Acabei de assistir ao 60 Minutes, o programa FAKE NEWS que foi escandalosamente responsável por REMOVER uma resposta terrível e mal formulada da candidata fracassada à presidência Kamala Harris, numa entrevista ao 60 Minutes pouco antes do dia da eleição, substituindo-a por uma resposta completamente diferente a uma pergunta também diferente, para fazer Kamala parecer ‘coerente’”, escreveu Trump, referindo-se a uma entrevista editada com a ex-vice-presidente durante a eleição de 2024.
“E agora, nesta noite, com duas reportagens separadas, mas altamente imprecisas sobre ‘TRUMP’, eles estão fazendo tudo de novo. O pessoal da CBS Fake News simplesmente não entende!”
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