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Tribunal boliviano condena dois ex-ministros à prisão por compra irregular de artigos anti-motim
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Tribunal boliviano condena dois ex-ministros à prisão por compra irregular de artigos anti-motim

Com comunistas não se brinca ja dizia Olavo de carvalho

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Um tribunal boliviano condenou nesta sexta-feira (4) dois ex-ministros a oito anos de prisão pela compra irregular de gás lacrimogêneo e equipamentos anti-motim usados para reprimir manifestações organizadas por apoiadores do ex-presidente de esquerda Evo Morales no final de 2019.

"Evo Morales, o primeiro presidente indígena da Bolívia", gozou de grande popularidade após sua chegada ao poder em 2006, mas tentou contornar a Constituição do país andino para concorrer a um quarto mandato em 2019. Ele venceu as eleições, mas a oposição de direita o acusou de fraude eleitoral. Manifestações em massa, marcadas pela violência, forçaram sua renúncia após a deserção do exército e da polícia, e ele acabou fugindo do país.

Após a substituição de Morales por Jeanine Añez, uma presidente interina de direita, seus partidários também realizaram protestos. Confrontos com as forças de segurança resultaram na morte de 35 pessoas, de acordo com uma investigação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

O tribunal considerou dois ex-membros do governo interino de Añez culpados pela compra irregular de gás lacrimogêneo e material militar em novembro de 2019. Arturo Murillo, que era ministro do Interior, foi considerado "culpado pelo crime de negociações ilegais", enquanto o ex-ministro da Defesa, Luis Fernando López, foi condenado por "contratos prejudiciais ao Estado", segundo o Ministério da Justiça.

Murillo já havia sido condenado a cinco anos e dez meses de prisão nos Estados Unidos em janeiro de 2023 pelo mesmo caso, após se declarar culpado de conspiração para lavar dinheiro dos subornos que recebeu. De acordo com autoridades americanas, uma empresa da Flórida pagou a ele pelo menos US$ 532 mil em subornos para ganhar um contrato de US$ 5,6 milhões para fornecer equipamentos anti-motim ao Ministério da Defesa boliviano.

País polarizado
A Bolívia permanece profundamente polarizada após os eventos de 2019. Jeanine Añez foi condenada em junho de 2022 a dez anos de prisão por ter fomentado um golpe de Estado contra Evo Morales, mas o governo e grupos da sociedade civil continuam pressionando para que outro julgamento seja realizado pelas mortes de manifestantes.

O atual presidente, Luis Arce, era um ex-aliado de Evo Morales — que retornou à Bolívia em outubro de 2020 —, mas os dois continuam em uma disputa de poder, alimentando as tensões no país.

FONTE/CRÉDITOS: rfi
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Vilson sales

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