Autoridades da Ucrânia anunciaram nesta quarta-feira (25) que um ataque russo na madrugada de Natal atingiu a infraestrutura de energia de sete regiões do país. O ataque teria envolvido 80 mísseis e 106 drones. No total, 146 alvos do sistema energético ucraniano teriam sido atingidos, deixando mais de meio milhão de pessoas sem eletricidade somente na cidade de Kharkiv, a segunda maior do país.
O presidente uraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu os ataques como “desumanos”. Foram registrados danos em instalações de energia em Kiev, Kharkiv (no nordeste do país), Dnipropetrovsk, Poltava (centro), Zitomir, Ivano-Frankivsk (oeste) e Zaporizhzhia (sul).
Em Kharkiv, uma parte significativa da cidade ficou sem calefação devido a ataques a caldeiras comunitárias, e pelo menos quatro pessoas ficaram feridas, disse o prefeito, Igor Terekhov, na plataforma de mensagens Telegram.
A operadora de energia Ukrenergo realizou interrupções no fornecimento para limitar o consumo em várias regiões, e a operadora de usinas térmicas DTEK disse que teve equipamentos danificados pelos ataques.
A Força Aérea ucraniana, por sua vez, fez uma avaliação preliminar sobre o ataque russo, segundo a qual as defesas ucranianas conseguiram abater 113 de um total de 184 alvos aéreos. As informações dão conta de que Moscou teria lançado dois mísseis balísticos KN-23 a partir da região de Voronezh, 10 mísseis guiados antiaéreos S-300/S-400 da região de Belgorod e 12 mísseis de cruzeiro Kalibr do Mar Negro.
Outros 50 mísseis de cruzeiro Kh-101/Kh-69 foram lançados a partir de bombardeiros estratégicos Tu-95 e quatro mísseis guiados Kh-59/Kh-69 de aeronaves táticas.
Além disso, 106 drones de vários tipos, incluindo Shahed, foram detectados decolando dnas regiões de Bryansk, Milerovo, Orel e Primorsko-Akhtarsk, dos quais 54 foram interceptados e 52 foram abatidos sem atingir seus alvos.
A Força Aérea ucraniana disse que também conseguiu abater 55 mísseis de cruzeiro e quatro mísseis guiados.
Esse é o 13º ataque em grande escala a infraestruturas de energia na Ucrânia desde o início do ano, de acordo com autoridades do país. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), desde a invasão em larga escala em 2022, o sistema energético da Ucrânia tem sido regularmente alvo de ataques russos, que se intensificaram ao longo de 2024.
Cerca de metade da capacidade de geração de energia da Ucrânia foi ocupada, destruída ou danificada entre os anos de 2022 e 2023, e aproximadamente metade das grandes subestações da rede foi atacada, ainda segundo a agência.
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