Presidente russo reforça apoio de Moscou à adesão de Caracas no bloco; Brasil diz que momento não é propício e é contra
O presidente da Rússia, Vladimir Putin (Rússia Unida, centro), disse nesta 4ª feira (23.set.2024) que a Venezuela está “próxima dos valores” do Brics. A declaração se deu durante encontro com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) em Kazan, onde está sendo realizada a cúpula de chefes de Estado do Brics.
Segundo Putin, os princípios do bloco são “o respeito pelos interesses legítimos, pela soberania de cada um dos países, a escolha soberana dos povos, a cooperação mutuamente benéfica, honesta e igualitária”. Em discurso, reforçou o apoio de Moscou à adesão de Caracas.
“Sei que os nossos amigos venezuelanos estão próximos dos valores e princípios fundamentais em que se baseiam as atividades da associação: o respeito pelos interesses legítimos e pela soberania de cada um, a escolha soberana dos Estados e dos povos, a cooperação mutuamente benéfica e honesta e igualitária. Apoiamos o seu desejo de se juntar ao trabalho do Brics”, declarou.
A entrada venezuelana, no entanto, é improvável. O Brasil defende que o momento não é propício por causa das tensões depois da eleição presidencial de 28 de julho. Por isso, é contra a entrada da Venezuela.
Maduro, por sua vez, agradeceu às palavras de Putin e o apoio da Rússia. Disse que o país bolivariano aplica o “legado” do ex-presidente Hugo Chávez de defesa do mundo “multipolar” e os “princípios do Brics”. O termo “multipolar” refere-se ao conceito de diferentes países serem detentores do poder no mundo. A ideia é contrária ao mundo “unipolar” –quando só um país detém o poder global.
O presidente da Venezuela também falou sobre a eleição de 28 de julho contestada pela sua oposição. “Chegamos, estamos de pé, estamos intactos e ganhamos. O povo da Venezuela venceu”, afirmou Maduro.
Apesar das boas perspectivas de Moscou e Caracas quanto ao ingresso da Venezuela no Brics, críticos do rumo do bloco são céticos em relação aos seus benefícios.
Temem que o bloco possa estar se alinhando a países considerados hostis à democracia representativa Ocidental e ao respeito aos direitos humanos. Outros países que estão tendo suas adesões negociadas são Cuba, Belarus e Turquia.
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