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Prisão de sírio por atentado islâmico na Alemanha reacende debate sobre acolhimento de refugiados
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Prisão de sírio por atentado islâmico na Alemanha reacende debate sobre acolhimento de refugiados

O Ministério Público Federal Antiterrorista da Alemanha assumiu neste domingo (25) as investigações do atentado que deixou três mortos em Solingen, na

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O Ministério Público Federal Antiterrorista da Alemanha assumiu neste domingo (25) as investigações do atentado que deixou três mortos em Solingen, na sexta-feira, e foi reivindicado no sábado pela organização terrorista Estado Islâmico. O suspeito de ter matado dois homens e uma mulher a facadas, além de ferir outras oito pessoas na cidade alemã, é um sírio de 26 anos que chegou ao país em 2022, segundo a imprensa local.

O suspeito se entregou à polícia alemã na noite de sábado para domingo, após passar um dia foragido. Ele assumiu a responsabilidade pelo ataque ocorrido durante a festa de comemoração dos 650 anos de fundação de Solingen. Em comunicado, o porta-voz do Ministério Público Federal em Karlsruhe (sul) afirmou que o sírio será investigado por "participação em uma organização terrorista". 

No sábado, enquanto o suspeito ainda era procurado pela polícia, o grupo jihadista reivindicou o atentado em um comunicado divulgado pelo seu órgão de propaganda Amaq. “O autor do ataque a uma reunião de cristãos na cidade de Solingen é um soldado” do EI, afirmou a organização extremista Estado Islâmico. O texto acrescentava que o homem agiu “para vingar os muçulmanos da Palestina e de todos os outros lugares”.

De acordo com as publicações alemãs Bild e Der Spiegel, o sírio chegou na Alemanha no final de dezembro de 2022. Ele foi acolhido sob o "estatuto de proteção subsidiária", que costuma ser concedido a pessoas que fogem da guerra civil na Síria. Ele tinha recebido uma ordem de expulsão para a Bulgária, país que registrou sua entrada na União Europeia (UE), e onde deveria ter apresentado o seu pedido de asilo, de acordo com as regras de imigração do bloco.

O vice-chanceler alemão, Robert Habeck, declarou que o refugiado sírio não constava das listas de extremistas islâmicos perigosos mantidas pelos serviços de segurança alemães. 

As autoridades ainda indicaram que outra pessoa, detida na noite de sábado num centro de alojamento para refugiados em Solingen, localizado não muito longe do local do ataque, foi arrolada como “testemunha” no caso. Além do suspeito e dessa testemunha, um adolescente de 15 anos também foi detido, suspeito de “não denunciar” um ato criminoso. Testemunhas relataram tê-lo visto, pouco antes do incidente, falando sobre o ataque com um homem que poderia ser o assassino.

Atingidos a facadas entre milhares de participantes de uma festa local na noite de sexta-feira, dois homens, de 56 e 67 anos, e uma mulher de 56 anos morreram no local. Outras oito pessoas ficaram feridas, quatro delas gravemente.

“Foi um ataque muito direcionado no pescoço” das vítimas, observou o chefe da polícia local, Thorsten Fleiss, após analisar as primeiras imagens do crime. Os investigadores disseram ter vídeos da agressão.

Governo defende endurecimento de leis 

Este novo atentado choca os alemães e abre mais um capítulo no debate sobre o acolhimento de refugiados no país. O vice-chanceler Robert Habeck defendeu, neste domingo, o endurecimento das leis sobre o porte de armas brancas. “Certos reforços legais são justos e necessários: mais áreas de proibição de armas, leis mais rigorosas (...) Ninguém na Alemanha precisa de armas brancas em espaços públicos”, declarou no X, acreditando que “terrorismo islâmico” é “um dos maiores perigos para a segurança” da Alemanha.

Em agosto, a ministra do Interior, Nancy Faeser, anunciou que queria proibir facas com mais de 6 centímetros em espaços públicos. Alguns membros da coligação governamental chegaram a pedir a proibição total dos utensílios, devido ao aumento dos ataques a facadas. As autoridades alemãs têm estado em alerta nos últimos anos face a uma dupla ameaça terrorista: jihadismo e extremismo de direita.

No sábado, Faeser visitou Solingen e pediu ao país para “manter-se unido” face a este “ataque horrível”. “Não nos deixemos dividir”, afirmou ela, ao denunciar “aqueles que querem semear o ódio”.

Após o ataque, o partido de extrema direita AfD culpou supostas deficiências na política de segurança a nível regional e federal. A coligação do chanceler social-democrata Olaf Scholz enfrenta eleições regionais importantes no leste do país na próxima semana, e as pesquisas de intenções de voto indicam a AfD bem à frente dos partidos do governo.

O atentado jihadista mais fatal cometido em solo alemão remonta a dezembro de 2016: um ataque com um caminhão reivindicado pelo grupo Estado Islâmico deixou 12 mortos em um mercado de Natal no centro de Berlim.

FONTE/CRÉDITOS: AFP
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Vilson sales

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