A Coreia do Norte teria enviado cerca de 10 mil soldados para treinar na Rússia, segundo informações do Pentágono divulgadas na segunda-feira (28). Esta é uma estimativa três vezes maior do que a anterior, em um momento em que a Otan e a União Europeia estão preocupadas com uma escalada perigosa. O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, reagiu na terça-feira (29), denunciando a “cooperação militar ilegal entre a Rússia e a Coreia do Norte”.
Moscou e Pyongyang fortaleceram sua cooperação militar desde o início da invasão russa na Ucrânia em fevereiro de 2022, mas o envolvimento de tropas norte-coreanas na luta marcaria um grande passo à frente.
“Acreditamos que a República Popular Democrática da Coreia enviou aproximadamente 10 mil soldados para treinar no leste da Rússia”, o que ‘provavelmente’ resultará em ‘um aumento das forças russas perto da Ucrânia nas próximas semanas’, disse a porta-voz adjunta do Pentágono Sabrina Singh, usando o nome oficial da Coreia do Norte. “Algumas” dessas tropas ‘já se aproximaram da Ucrânia’, acrescentou ela.
Reações internacionais
O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol reagiu às estimativas do Pentágono na terça-feira, denunciando a “cooperação militar ilegal entre a Rússia e a Coreia do Norte”, que representa “uma ameaça significativa à segurança global”. Os generais norte-coreanos também poderiam ir para a frente ucraniana, disse um membro do parlamento do Sul na terça-feira, citando a inteligência sul-coreana.
Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que esperava, com base em seus serviços de inteligência, que o número de tropas norte-coreanas posicionadas na Rússia “logo chegaria a 12 mil”, temendo que elas fossem então posicionadas no campo de batalha na Ucrânia.
O presidente dos EUA, Joe Biden, descreveu esse destacamento militar como “muito perigoso”. Os Estados Unidos também expressaram sua preocupação a Pequim, dizendo que a China “deveria estar preocupada com as ações desestabilizadoras de dois de seus vizinhos, a Rússia e a Coreia do Norte”, de acordo com o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
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