O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, convocou nesta terça-feira (8) os libaneses a "salvarem" o país, livrando-se do grupo Hezbollah para colocar um final ao conflito. Caso contrário, o Líbano pode ser palco "de destruição e sofrimento", "como o vemos na Faixa de Gaza".
Em um vídeo de pouco mais de três minutos publicado na rede social X, o primeiro-ministro israelense explica, em inglês, que o Líbano foi destruído por "uma dezena de tiranos e terroristas". Segundo ele, o país era antes conhecido como "a pérola do Oriente Médio", célebre por sua "tolerância e beleza", mas hoje "é um lugar de caos e guerra".
Em seguida, Netanyahu acusa o Irã de financiar e armar o Hezbollah, "que transformou o Líbano em uma reserva de armas e em uma base militar do Irã". O premiê também afirma que desde o ataque do grupo Hamas, em 7 de outubro de 2023, o movimento armado libanês entrou em guerra contra Israel, "atirando, desde então, oito mil mísseis" contra cidades e civis israelenses.
"Israel decidiu colocar um fim nisso", reitera. O premiê garante que fará o que for necessário para que cidadãos israelenses possam voltar de forma segura às suas casas, referindo-se aos civis que deixaram o norte do país devido aos ataques do Hezbollah.
"Israel tem o direito de se defender", diz Netanyahu no vídeo. "Israel também tem o direito de vencer. E Israel vencerá!", sublinha.
Vitória contra o Hezbollah
O primeiro-ministro israelense ainda afirma que, com a ofensiva das últimas duas semanas, as forças israelenses conseguiram diminuir a capacidade do Hezbollah, "eliminando milhares de terroristas", incluindo o chefe do movimento armado Hassan Nasrallah e seu substituto, Hashem Safieddine. "O Hezbollah nunca esteve tão fraco", completa.
Para Netanyahu, o povo libanês está em uma "encruzilhada" e cabe aos civis escolherem se querem o retorno da paz e da prosperidade. "Hoje eu pergunto a cada pai e a cada mãe no Líbano: vale a pena? Porque não precisa ser desta forma", diz.
O primeiro-ministro garante que "há um caminho melhor". "Não deixem os terroristas destruírem ainda mais o futuro de vocês. Vocês têm a oportunidade de salvar o Líbano antes que o país caia no abismo de uma longa guerra que levará à destruição e ao sofrimento, como vemos em Gaza", conclui.
Intensificação da ofensiva
O Exército israelense afirmou nesta terça-feira que intensificou sua ofensiva terrestre no Líbano. Em comunicado, Tel Aviv indicou que "operações limitadas e seletivas contra alvos terroristas e infraestruturas do Hezbollah" estão sendo realizadas no litoral libanês. Na véspera, Israel já havia alertado que em breve operaria "na zona marítima" ao sul do rio Al Awali, e pediu à população que deixasse a área. Enquanto isso, as forças israelenses seguem bombardeando o sul e o leste do Líbano, bem como os subúrbios do sul de Beirute.
O Hezbollah, por sua vez, reivindicou disparos de foguetes contra posições militares no norte de Israel, incluindo a cidade de Haifa. Foram lançados 85 projéteis, segundo Tel Aviv, a maioria deles foi interceptada pelo sistema de defesa israelense.
Os bombardeios israelenses deixaram mais de 1.100 mortos nos últimos quinze dias. Segundo estimativas da ONU, mais de um milhão de pessoas foram forçadas a abandonar suas casas.
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