Um décimo segundo líder religioso, o diácono Ervin Aguirre, teria sido detido em 2 de agosto e liberado no dia seguinte. 

Frutos Constantino Valle Salmerón, um padre de 79 anos, foi detido em 26 de julho pela Polícia Nacional às 17h enquanto se preparava para a ordenação de três diáconos na Diocese de Estelí, em Manágua. A polícia o informou que ele não tinha permissão para fazê-lo. O padre Frutos, que é diabético e sofre de hipertensão, ficou gravemente doente enquanto estava no veículo policial e foi posteriormente levado para o Seminário Nacional Interdiocesano de Nossa Senhora de Fátima, localizado em Manágua, onde permanece em prisão domiciliar. 

Em 1º de agosto, dois altos funcionários da igreja da Diocese de Matagalpa foram detidos arbitrariamente e também foram levados para o Seminário Nacional Interdiocesano de Nossa Senhora de Fátima, Manágua, pela Polícia Nacional. Monsenhor Ulises Vega, administrador das paróquias de San Ramón e Monsenhor Edgard Sacasa, administrador da paróquia de San Isidro, assumiram a liderança da Diocese de Matagalpa, à qual suas igrejas pertencem, após o exílio de Monsenhor Rolando Álvarez.  

Nos dias 2 e 3 de agosto, a Polícia Nacional realizou novas detenções de líderes religiosos, principalmente da Diocese de Matagalpa. Os detidos incluem o pároco Jairo Pravia e o vigário Víctor Godoy da Igreja da Imaculada Conceição de María de Sebáco na Diocese de Matagalpa e os franciscanos Frei Silvio José Romero, Frei Ramón Morras, Padre Antonio López e Padre Salvador López. Todos eles foram retirados de suas paróquias, forçados a embarcar em viaturas policiais e colocados em prisão domiciliar com os outros líderes religiosos no Seminário Nacional Interdiocesano de Nossa Senhora de Fátima, Manágua. Também foram detidos com eles o Padre Raúl Francisco Villegas da paróquia Matiguás Matagalpa, que é originário do México, e Maron Velásquez Flores, vigário da paróquia Santa Lucía. Ambas as paróquias ficam no município de Ciudad Darío, Matagalpa.  

Em 2 de agosto, a advogada e defensora dos direitos humanos Martha Patricia Molina disse no X, antigo Twitter : “O clero de Matagalpa e Estelí acorda ansioso. Atualmente, a paróquia da Imaculada Conceição de Maria em Sébaco está cercada pela polícia de choque. “A paróquia teme que seus padres sejam sequestrados.” 

O presidente fundador da CSW, Mervyn Thomas, disse: “A detenção e as prisões contínuas de líderes religiosos pelo governo nicaraguense são injustificadas e inconcebíveis. A CSW pede a libertação imediata e incondicional de todos os líderes religiosos e presos políticos que foram arbitrariamente detidos e presos nos últimos meses. Instamos a comunidade internacional a enfatizar ao governo nicaraguense que a repressão contínua à sociedade civil independente, o ataque implacável a líderes religiosos e as violações contínuas do direito à liberdade de religião ou crença são inaceitáveis. Mais deve ser feito para responsabilizar o presidente Ortega, sua esposa e seu regime pela deterioração da situação dos direitos humanos no país.”  

Notas para os editores: 

1. Os onze líderes religiosos ainda detidos no Seminário Nacional Interdiocesano de Nossa Senhora de Fátima, que a Polícia Nacional está a utilizar como centro de detenção de clérigos, são: 

 Monsenhor Ulises René Vega, administrador da paróquia de San Ramón 
Monsenhor Edgar Sacasa, administrador da paróquia de San Isidro 
Padre Jairo Pravia, pároco da Imaculada Conceição de Maria de Sébaco 
Padre Víctor Godoy, vigário da Imaculada Conceição de Maria de Sébaco 
Padre Marlon Velásquez Flores, vigário da paróquia Santa Lucía de Ciudad Darío. 
Frei Silvio José Romero, Diocese de Matagalpa 
Frei Ramón Morras, Diocese de Matagalpa 
Padre Antonio López da cidade de Dario, Diocese de Matagalpa 
Padre Raúl Francisco Villegas, Matiguás, Diocese de Matagalpa 
Padre Frutos Valle, sacerdote da Diocese de Estelí 
2.   A Diocese de Matagalpa costumava ser supervisionada por 70 padres (franciscanos e diocesanos): 57 nacionais e 13 estrangeiros. 30 estão agora no exílio (incluindo seu bispo, Rolando José Álvarez Lagos). Segundo a jornalista Martha Patricia ,   quatro padres estão falecidos.