O fato de ter se escapado da lista de indiciamentos da Polícia Federal (PF) no inquérito do golpe não acalmou o general da reserva Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro.
A aliados o general relatou, nos últimos dias, ainda temer ser alvo de uma operação de busca e apreensão da PF, mesmo após a corporação concluir a investigação e enviá-la ao STF.
Embora não tenha sido indiciado, Ramos foi citado no relatório da PF sobre o inquérito do golpe. Ele é mencionado como interlocutor do general Mário Fernades, um dos militares presos na investigação.
Ex-número 2 de Ramos na Secretaria-Geral da Presidência, Fernandes foi preso pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento no suposto plano para matar o presidente Lula em 2022.
Em dos trechos do relatório, a PF cita que Ramos recebeu mensagem de áudio de Fernandes em 4 de novembro de 2022, no qual o general preso fala sobre uma “live” realizada pelo argentino.
Fernandes aponta para Ramos que a transmissão poderia ser usada como forma de propagar a ideia de que houve fraude nas eleições presidenciais de 2022 no Brasil, vencida por Lula.
A PF diz que, entre os dias 15 e 16 de novembro, Mário enviou outro áudio pedindo para Ramos “blindar” Bolsonaro contra qualquer desestímulo de apoio aos “atos antidemocráticos”.
General tenta se desvincular
Não há menção no relatório da PF sobre respostas de Ramos ao general preso. O ex-ministro general também não foi alvo de qualquer decisão do STF nem aparece no rol de investigados.
Mesmo assim, como noticiou a coluna, Ramos passou a procurar figuras da política, da imprensa e até ministros do STF após a prisão do colega general para tentar se desvincular de Fernandes.
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