Queiram ou não, os candidatos às eleições nos Estados Unidos não conseguem escapar ao debate sobre os conflitos no Oriente Médio, no centro da campanha eleitoral norte-americana e, em Israel, a eleição nos EUA também se tornou um assunto importante.
A atual administração norte-americana é, sem dúvida, a mais favorável a Israel de toda a história do Estado judeu, ainda que os líderes israelenses não reconheçam claramente. O presidente americano, Joe Biden, apoiou Israel nos últimos meses, embora às vezes não tenha conseguido evitar palavras muito duras em relação ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Mas Joe Biden sempre se declarou pró-Israel.
Claramente, a candidata democrata e vice-presidente, Kamala Harris, tenta se desvincular dessa etiqueta. Ela faz declarações menos favoráveis a Israel, às vezes de forma intencional, e às vezes como lapsos. Recentemente, ela acenou com a cabeça quando um manifestante falou sobre genocídio em Gaza, depois, tentou retroceder.
O ultraconservador Donald Trump, por sua vez, se gaba de conversar quase todos os dias com Benjamin Netanyahu e afirmou ter ótimas relações com o primeiro-ministro israelense. Mas em Israel, lembram que não faz muito tempo ele afirmou que "Bibi" o havia abandonado e que seu ministro da Defesa era "um idiota".
Cautela de Benjamin Netanyahu
Há muita cautela entre as classes políticas em Israel diante dessas eleições americanas. Benjamin Netanyahu está pisando em ovos no que diz respeito às eleições nos Estados Unidos, mas a escolha de seu candidato preferido é clara. O que não acontece com parte de sua coalizão, que se mostra abertamente a favor de Donald Trump. Este é o caso, em particular, dos ministros de extrema direita, Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich.
Mas todos os especialistas em Israel concordam que, como Joe Biden é "carta fora do baralho", do dia seguinte às eleições americanas até a posse do novo presidente, independentemente dos resultados, o confronto entre o atual chefe de Estado americano e Netanyahu em torno da guerra em Gaza, no Líbano e em outras partes do Oriente Médio pode atingir seu ápice.
Os israelenses preferem Trump
Segundo uma pesquisa publicada recentemente pela rede de televisão israelense Channel 12, em um cenário hipotético em que os israelenses pudessem votar nas eleições norte-americanas, Donald Trump teria um apoio esmagador.
Entre os entrevistados, 58% afirmam que votariam no candidato republicano, contra apenas 25% na vice-presidente americana e candidata democrata, Kamala Harris e 17% dos israelenses não têm opinião sobre o assunto.
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