Durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a possibilidade de tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro Walter Braga Netto, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e outros envolvidos na suposta tentativa de golpe, a defesa de Garnier apresentou argumentos contundentes contra a denúncia.
O advogado Demóstenes Torres, representando o ex-comandante da Marinha, destacou uma nota oficial da própria instituição que contradiz as acusações. “Em novembro, essa nota, depois de concluído o relatório, diz claramente que isso jamais aconteceu. Está aqui: ‘Em relação às matérias veiculadas na mídia que mencionam tantos nas ruas prontos para o golpe, a Marinha do Brasil afiança que em nenhum momento houve ordem, planejamento ou mobilização de veículos blindados para execução de ações que tentassem abolir o Estado Democrático de Direito'”, afirmou o defensor.
Demóstenes Torres ainda questionou a narrativa construída pelos investigadores, referindo-se a eles como “romancistas da Polícia Federal”, e criticou o fato de não terem pedido de volta os autos para analisar a nota da Marinha. “Os romancistas da Polícia Federal não quiseram pedir de volta os autos para analisar isso, até porque a Marinha aqui se coloca à disposição para esclarecer esses fatos”, declarou.
O advogado também apresentou dados sobre a extensão da investigação e a falta de provas contra seu cliente: “Foram analisados mais de 250 milhões de áudios e mensagens pela Polícia Federal e Ministério Público Federal. Nenhum, 250 milhões, nenhum foi enviado ou recebido pelo Almirante Garnier.”
Segundo a defesa, mesmo após busca e apreensão na residência do ex-comandante, com a coleta de aparelho celular, agenda e outros itens, nada foi encontrado que pudesse incriminá-lo na suposta trama golpista.
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