O dólar comercial subiu para R$ 6,16 na máxima desta 3ª feira (17.dez.2024). Abriu o dia em alta depois da divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que reforçou que irá subir a taxa básica, a Selic, para 14,25% em março.
A ata disse que o real desvalorizado e a percepção dos agentes financeiros sobre o pacote de corte de gastos piorou os ativos financeiros. Na 2ª feira (16.dez), a autoridade monetária fez 2 leilões para conter a alta do dólar, mas a moeda fechou em alta.
A ata do Copom disse que o cenário, que era incerto até a penúltima reunião, se tornou “mais adverso”. O Banco Central disse que a percepção dos agentes econômicos sobre o pacote fiscal afetou “de forma relevante” os preços dos ativos e as expectativas futuras –especialmente o prêmio de risco (juros futuros), a inflação e a taxa de câmbio. A autoridade monetária entende que houve uma “desancoragem adicional” das projeções, o que torna o cenário mais adverso e requer uma política monetária mais dura.
“A desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida”, disse a ata.
DÓLAR
O Banco Central disse que a taxa de câmbio teve “forte alteração” no período recente. Defendeu que o real depreciado e a elevação das curvas de juros nominal e real torna o ambiente “mais complexo”.
O BC disse que o repasse do dólar alto para os preços aumenta quando a demanda está mais forte.
INFLAÇÃO
O Banco Central disse que a inflação de curto prazo piorou, com preços de alimentos impactando de forma significativa o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Afirmou que a estiagem ao longo do ano e a elevação de preços de carnes –afetada pelo ciclo do boi– pressionaram a taxa no curto prazo.
“Esse aumento tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira. Com relação aos bens industrializados, o movimento recente do câmbio pressiona preços e margens, sugerindo maior aumento em tais componentes nos próximos meses”, disse.
De acordo com o BC, a inflação de serviços segue acima do nível compatível com o cumprimento da meta, que é de 3%, com tolerância de até 4,5%.
ATIVIDADE ECONÔMICA
Segundo a ata, a atividade econômica brasileira está resiliente e dinamismo maior do que o esperado. Disse que o crescimento de 0,9% do PIB (Produto Interno Bruto) no 3º trimestre leva a “nova reavaliação de um hiato mais positivo”. O hiato do produto é a diferença entre o PIB efetivo e o PIB potencial. Na prática, é quando a economia consome mais que a capacidade de produzir, o que provoca uma maior demanda e menor oferta. O resultado desta equação é: mais inflação.
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