Um influente comitê liderado por republicanos no Congresso dos EUA está investigando alegações de que um grupo de campanha de esquerda teria cooperado com o governo Biden para “derrubar” a plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter.
Jim Jordan, presidente do Comitê Judiciário da Câmara, exigiu que o Centre for Countering Digital Hate (CCDH) entregue todos os documentos detalhando contatos que o grupo teve com a Casa Branca.
Essa medida, tomada por Jordan no início deste mês, intensificou a disputa, colocando os líderes do CCDH, que opera nos EUA e no Reino Unido, em risco de prisão por desacato ao Congresso caso se recusem a cooperar.
Conexões com o Partido Trabalhista Britânico
O CCDH possui vínculos com o Partido Trabalhista britânico, tendo sido fundado por Morgan McSweeney, recentemente nomeado chefe de gabinete do primeiro-ministro britânico. O diretor-executivo do CCDH é Imran Ahmed, ex-estrategista do Partido Trabalhista.
O grupo também atraiu apoio de celebridades de Hollywood, como o ator Mark Ruffalo, que incentivou doações para a organização sem fins lucrativos, que promove segurança online e já criticou plataformas como Facebook, X e TikTok.
A batalha entre Musk e o CCDH
Desde que adquiriu o Twitter, Elon Musk — um importante aliado de Donald Trump — implementou mudanças significativas, permitindo maior liberdade na plataforma e readmitindo Trump, que havia sido banido após suas publicações sobre os eventos de 6 de janeiro de 2021.
Musk acusou o CCDH de tentar interferir ilegalmente nas eleições norte-americanas. Ele declarou na plataforma X: “Estamos indo atrás do CCDH e de seus financiadores.”
O bilionário também processou o CCDH, alegando que o grupo causou perdas milionárias em receita publicitária devido a um relatório que acusava o X de promover desinformação e discurso de ódio. No entanto, o caso foi arquivado por um juiz da Califórnia, Charles Breyer.
Investigação no Congresso e confronto com parlamentares britânicos
Em uma carta ao diretor-executivo do CCDH, Imran Ahmed, Jim Jordan destacou que o comitê está examinando até que ponto a Casa Branca teria “coagido ou colaborado com empresas e intermediários para censurar discursos legais”.
A carta mencionou um documento estratégico do CCDH, revelado pelo boletim Disinformation Chronicle, que incluía um plano chamado “Matar o Twitter de Musk”.
Musk também enfrentou confrontos com parlamentares britânicos, recusando um convite para depor no Comitê de Ciência, Inovação e Tecnologia do Parlamento britânico sobre o suposto papel do X na disseminação de desinformação durante distúrbios no Reino Unido. Musk respondeu: “Eles serão convocados aos Estados Unidos para explicar sua censura e ameaças a cidadãos americanos.”
Resposta do CCDH
Imran Ahmed, ao ser questionado sobre as alegações, afirmou que o conceito interno de “Matar o Twitter de Musk” era um resumo de sua oposição ao modelo de negócios que Musk implementou ao transformar o Twitter em X.
Ahmed disse ao The Guardian: “Nosso trabalho mostra que estamos combatendo o modelo que permite que empresas de mídia social espalhem ódio sem responsabilidade, transparência ou responsabilidade.”
Ele ainda afirmou: “Uma das dificuldades de lidar com teóricos da conspiração é que o campo de batalha é assimétrico. Eu opero no mundo dos fatos e da verdade demonstrável. Ele opera no reino da fantasia e das teorias da conspiração.”
Comentários: