O chanceler alemão Olaf Scholz anunciou na quinta-feira (10) novos fornecimentos de armas a Israel, assumindo uma posição oposta ao presidente francês, Emmanuel Macron, que fez recentemente um apelo para que armamentos não fossem vendidos a Israel para serem usados em Gaza.
“Tomamos, no governo, decisões que irão garantir que haverá outras remessas em breve”, disse Olaf Scholz à Câmara dos Representantes durante um debate para marcar a data do ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023.
“Não decidimos não entregar armas”, acrescentou Scholz, em resposta às acusações da oposição conservadora que denuncia uma suposta interrupção das entregas durante vários meses e “rachaduras na solidariedade alemã com Israel”.
“Fornecemos armas e forneceremos armas”, disse novamente o chanceler alemão, sem especificar sua natureza, seu volume ou como seriam utilizadas.
“Durante semanas e meses, o governo federal recusou autorizações de exportação para a entrega de munições e até peças sobressalentes para tanques para Israel”, afirmou o líder da oposição conservadora alemã Friedrich Merz ao Bundestag na quinta-feira.
O parlamentar disse ter conhecimento de muitos casos “nos quais o governo recusou a validação necessária para a entrega de materiais e equipamentos que Israel precisa agora urgentemente para exercer o seu direito de autodefesa”.
Pedido de Macron gera tensão
Emmanuel Macron, pediu no sábado (5) em entrevista à rádio France Inter, o fim do fornecimento de armas utilizadas em Gaza por Israel, despertando a ira do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Em Berlim, tradicional apoiador de Israel, o pedido do presidente francês gerou tensões.
“As declarações de Macron causaram muita surpresa e irritação na Alemanha”, disse esta semana a cientista política alemã e especialista em relações internacionais Daniela Schwarzer, da Fundação Bertelsmann, durante uma reunião com a imprensa estrangeira.
“Temos um novo exemplo de declaração pública de Macron que cria muita tensão que, do ponto de vista alemão, será muito difícil de superar”, acrescentou.
Israel está envolvido em várias frentes, na guerra contra o Hamas em Gaza e contra o Hezbollah no Líbano, onde realiza operações terrestres desde segunda-feira (7). Tel Aviv também ameaça responder a um ataque massivo de mísseis do Irã que ocorreu na terça-feira (8).
O Instituto Internacional de Pesquisa Sobre a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês) publicou um relatório em que indica que os Estados Unidos e a Alemanha continuam sendo os países que mais fornecem armas às forças israelenses, enquanto outros países aliados, como a França e a Espanha vêm se esquivando cada vez
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