Pelo sétimo dia consecutivo, Israel dá sequência neste domingo (29) a bombardeios contra o grupo xiita Hezbollah no Líbano, mesmo após a onda de choque em todo o mundo com a morte do líder do movimento, Hassan Nasrallah, em um dos ataques israelenses na sexta-feira.
Com informações de Laure Stephan, correspondente da RFI em Beirute, e da agência Reuters
Em um comunicado, o exército israelense indicou ter visado "dezenas de alvos terroristas do Hezbollah" neste domingo. O documento aponta ter atacado lançadores de projéteis, estoques de armas e outras infraestruturas do grupo xiita no Líbano.
A marinha israelense também afirmou ter interceptado um projétil se aproximando de seu território vindo da região do Mar Vermelho. O comunicado reitera que oito foguetes originários do Líbano caíram em zonas não habitadas do norte de Israel.
Além disso, neste domingo, o exército israelense anunciou a morte de outro alto dirigente do Hezbollah, Nabil Qaouq, "próximo da cúpula da organização terrorista do Hezbollah e diretamente engajado na promoção de projetos terroristas contra o Estado de Israel e seus cidadãos".
Onda de choque no mundo
A confirmação da morte do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, no sábado (28) suscitou uma onda de choque no mundo. Líderes ocidentais e árabes temem que o conflito tenha atingido uma fase incontrolável, podendo acirrar as tensões entre os Estados Unidos, principal aliado de Israel, e o Irã, maior apoio do movimento xiita.
O presidente americano, Joe Biden, afirmou no sábado que a morte de Nasrallah "foi uma medida de justiça", devido "às numerosas vítimas que causou, entre americanos, israelenses e libaneses". O chefe de Estado democrata também voltou a pedir um cessar-fogo no Líbano.
A diplomacia francesa exigiu que Israel ponha um "fim imediato" aos bombardeios e que não lance a sua anunciada operação terrestre. Na quinta-feira (26), o presidente francês, Emmanuel Macron, expressou seu "choque" com a quantidade de vítimas civis nos ataques israelenses e afirmou que a França se opõe que o Líbano "se torne a nova Gaza".
Em visita a Bruxelas, o papa Francisco fez um apelo por um cessar-fogo no Líbano "martirizado". "Continuo seguindo, com dor e preocupação, a expansão e a intensificação do conflito", disse o sumo pontífice, que classificou a guerra de "devastadora" para a população.
O Irã, principal aliado do Hezbollah, prometeu vingança e advertiu que o assassinato de Nasrallah levará à destruição de Israel. "O sangue do mártir não permanecerá impune", afirmou o guia supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei. Teerã também confirmou a morte do general iraniano Abbas Nilforoushan em um dos ataques isralenses no Líbano que "não ficará sem resposta", declarou o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Nilforoushan.
Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou Nasrallah de "terrorista". Segundo ele, Israel "acertou suas contas" matando o líder do Hezbollah, mas segue determinado a atacar seus inimigos.
Nova iniciativa diplomática
O ministro libanês da Informação, Ziad Makary, indicou neste domingo que novos esforços diplomáticos estão sendo implementados com o objetivo de um acordo de cessar-fogo.
Um pouco antes, em um discurso na televisão libanesa, o primeiro-ministro interino Najib Mikati afirmou que o país "não tem outra escolha senão a opção diplomática".
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